|
Liberdade. |
Dia seguinte acordei cedo , as 06:00h já estava tomando meu café da manha a base de risoto, esperei mais uma hora para poder visitar as Ruinas de Trinidad e mais uma vez la estava eu sozinho em meio a um Patrimônio da Humanidade, me espantou a grandiosidade da estrutura formada pelas aldeias em torno da capela principal, chegou ter mais de 6000 pessoas em torno das Missões Jesuítas de Trinidad.
|
Ruinas de Trinidad |
|
Captolio que foi restaurado |
|
Detalhes da obra |
Visita feita e registrada , novamente é hora de pegar a Ruta 6. Sai de Trinidad as 08:15h no horário local, uma hora a menos que no Brasil. Pela Ruta a historia dos sorrisos e acenos continuou assim me dando cada vez mais animo para pedalar. Por volta das 10:30h parei para comprar sanduíche, alguns kms adiante resolvi parar em algum mercado para reforçar meu cafe´da manha, comprei uma lata de cerveja, biscoitos e iogurte, bebi a cerveja e comi os biscoitos em frente ao mercado mesmo.
Quando estava quase de saída pensei que seria legal comprar uma bandeira do Paraguai, o pais que me acolhei tao bem. Entrei no mercado e a atendente me mostrou dois modelos, escolhi a menor que tinha, custava 15000 guaranis, na hora de pagar veio a surpresa, a dona do mercado me deu a bandeira de presente para levar uma recordação do seu pais. Na hora fiquei emocionado porem contive as lagrimas, mas na hora que estava só eu e a bicicleta seguindo nosso rumo, não teve como conter as lagrimas, um sentimento bom que se tem quando encontro pessoas assim de coração puro e que mesmo sem elas saber dão o maior incentivo para continuar conhecer lugares, pessoas e historias.
Passei por Encarnacion tranquilo, apesar de ser uma cidade grande foi fácil sair de lá, a cidade me lembrou Cidad del Leste, porem mais organizada. Antes de chegar na ponte que cruza o rio Parana e liga os países Paraguai e Argentina, tive que dar saída no Paraguai, logo apos a ponte tem a Aduana Argentina, fui bem atendido na hora de fazer a migração no pais, porem na hora de sair pedalando dois fiscais me abordaram, quando perceberam que eu era brasileiro ja ficaram mais amigáveis, acredito que a abordagem tenha sido por eu trazer a bandeira do Paraguai.
|
Ponte internacional entre Paraguai e Argentina. |
De lá segui pedalando na costaneira de Posadas, rota de 10 km as margens do rio Parana, ja passava das 12:00h e o corpo estava cansado, porem segui pedalando pois o objetivo do dia era chegar em San Ignacio, na Ruta Nacional 12 encontrei o cicloturista Igor Gravina de SP, http://pedivelabikeclubepp.blogspot.com.br/ saiu de Foz do Iguaçu-BR/Corrientes-AR/ Assuncion-PY/ Foz do iguaçu-BR. Apos um breve bate-papo foi hora de cada um seguir seu rumo , eu para leste e ele para oeste.
|
Igor Gravina, cicloturista de SP http://pedivelabikeclubepp.blogspot.com.br/ |
Fome, vento e subidas me fizeram chegar exausto em San Ignacio, lá encontrei um casal de Argentinos de Córdoba, fomos procurar hostel juntos, porem ficamos em hostel diferentes.
Como era previsto, choveu a noite toda, isso me fez pensar se iria ou não conhecer as Ruinas de San Ignacio, fui, mas antes tivesse seguido a minha intuição, muitas estruturas metálicas em torno da obra, algo que tirou totalmente a beleza, dei uma olhada rápida, tirei algumas fotos e sai. O ingresso custou 150 pesos Argentinos cerca de 35,00 reais, e também da direito a visitação de mais duas Ruinas que existe na região, as Ruinas de Santa Ana e a outra não me recordo o nome, mas não me senti atraído pela oferta e segui direto sentido a Obera.
|
Jantar a base de Massa, molho a portuguesa e cerveja. |
Caminho com acostamento e varias subidas, o ritmo era lento comparado aos demais dias, quando percebi que o corpo estava sofrendo pela falta de nutrientes resolvi parar e fazer almoço, pedalei até encontrar um ponto de ônibus, la preparei uma sopa de frango e legumes acompanhado de Atum rico em proteínas, energias repostas, bora pra estrada.
|
Ponto de onibus, lugar perfeito pra preparar o almoço. |
Obera, logo que cheguei na cidade pedi informação em uma casa agropecuária, prontamente o dono me convidou para entrar e trazer junto comigo a bicicleta, lá pesquisamos rotas para chegar a Alba Posse e inclusive ligou no hostel pedindo o valor da diária, fiquei quase uma hora lá jogando conversa fora, emfim sai em direção ao hostel que estava a menos de 200m da agropecuária.Chegando la fui atendido por uma mulher que me mostrou as acomodações e resolvi ficar, o valor da diária era de 150 pesos Argentinos.
Tomei banho e sai em busca de comida e de uma bandeira Argentina, parei em algumas lojas e não encontrei a bandeira, até que um homem indicou ir em uma papelaria ali próximo, fui e encontrei, paguei 50 pesos em uma bandeira de 30x40cm, de lá fui ao supermercado, comprei macarrão, molho italiano, sardinha e uma garrafa de vinho.Preparei uma porção generosa de massa, afinal estava sendo o meu almoço as 17:00h , enquanto preparava a refeição compartilhei um legitimo mate Argentino acompanhado de boas historias com a atendente do hostel.
|
Jantar a base de massa, molho italiano , sardinha e vinho. |
|
Catedral de Obera |
Janta pronta é hora de provar a minha receita, e por incrível que pareça ficou bom ao paladar, porem horrível aos olhos, mas oque importa é o gosto, ainda mais acompanhado de vinho. Ficou tao bom que resolvi voltar ao mercado comprar mais sardinha e molho, aproveitei e comprei alfajors caseiros feitos com maisena e doce de leite, esses comprei para o dia seguinte para ir comendo durante a pedalada .Antes de dormir preparei mais uma porção de massa com sardinha, energia que o corpo iria armazenar para o dia seguinte.
7º dia, acordei cedo e fiz meu café da manha mais uma vez a base de macarrão e sardinha, comi, lavei a panela e os talheres e segui viajem , seriam 120 km até Horizontina/RS. Trajeto com muitas subidas, tanto nos 60 km argentinos, como nos 60 km brasileiros, caminho difícil porem lindo, passei por alguns mirantes com uma vista linda que fizeram valer a pena o sacrifício do caminho, em especial os mirantes na beira do Rio Uruguai.
Antes de chegar na Beira do Rio Uruguai, duas coisas me emocionaram, a primeira foi quando vi duas crianças entre 10 e 12 anos brincando a margem da rodovia, levando um pequeno barco de madeira até um 'pegador de agua' o interessante é que o barco tinha uma carretinha para leva-lo igual os barcos levados por carros. Cumprimentei os meninos e segui pedalando na dura subida, então avistei um helicóptero construído de madeira, parei e pedi permissão para tirar uma foto , logo os dois meninos vieram correndo para conversar comigo, na verdade não lembro como apareceram em minha frente tao rápido, no tempo que peguei o celular e tirei uma foto, já estavam em minha frente, dai em diante foi uma chuva de de perguntas e admiração a cada descoberta.
|
helicóptero feito de madeira |
|
Crianças e sua curiosidade |
Alguns quilometros adiante em outra subida uma camioneta passou por mim e buzinou, como sempre faço levantei a mão e acenei em forma de agradecimento, a camioneta e eu seguimos subida a cima, no final da subida vi a camioneta parada ao lado da pista e o motorista do lado de fora do carro. um senhor com mais de 65 anos andando ao redor da camioneta e com os olhos aflitos a minha espera, quando eu estava chegando perto o senhor me disse bom dia, então parei pois percebi que estava curioso pra saber a historia do viajante solitário. Conversamos durante uns 20 minutos e era hora de seguir adiante, mas não antes do senhor me desejar sorte e uma boa viajem.
|
Almoço na beira do rio Uruguai |
Apos os mirantes a beira do rio Uruguai não demorou muito e cheguei a cidade de Alba Posse , cidade pequena onde o principal atrativo é a balsa que da acesso ao Brasil. Logo que cheguei parei para comprar uma água para beber e cozinhar. Na beira do Rio Uruguai vi dois homens bebendo uma cerveja e pensei que seria legal conversar com eles , e foi isso que fiz, eram brasileiros de Santa Rosa-RS, pessoas do interior que ficaram surpreendidos com o meu feito, uma reação que já era de se esperar. Logo que comecei a tirar meus utensílios para o preparo do almoço, eles começaram a fotografar os meus modos de preparo, nao demorou e me ofereceram um copo de cerveja e é claro que aceitei, comida pronta é hora de almoçar, prato do dia a famosa Massa ao molho italiano acompanhado de sardinha, a legitima gororoba.
Almocei e fui para a fila da Aduana e para comprar a passagem da balsa, na fila todos olhavam a minha bicicleta e algumas pessoas me faziam perguntas e os demais prestavam atenção nas respostas atentamente. A passagem custou 40 pesos argentinos, algo em torno de 10,00 reais, embarcados lá fomos atravessar o rio para chegar no Brasil.
|
Cruzando o Rio Uruguai entre Alba Posse e Porto Mauá. |
... continuaçao
Olá Fabiano, quero parabenizar-lhe pelo relato pormenorizado e vibrante de sua pedalada. As fotos são maravilhosas e, dentre elas, uma de meu filho que como você, busca na aventura, o lazer, o conhecimento e, sobretudo, a paz que a natureza nos proporciona ao desvendar de sua beleza é harmonia. Sucessos e ótimas futuras pedaladas.
ResponderExcluirOlá Fabiano, quero parabenizar-lhe pelo relato pormenorizado e vibrante de sua pedalada. As fotos são maravilhosas e, dentre elas, uma de meu filho que como você, busca na aventura, o lazer, o conhecimento e, sobretudo, a paz que a natureza nos proporciona ao desvendar de sua beleza é harmonia. Sucessos e ótimas futuras pedaladas.
ResponderExcluirObrigado Dirceu Gravina, são atitudes como a do senhor que nos dá força para seguirmos pedalando atrás de nossos sonhos, atitudes assim que fortificam não apenas eu ou o Igor, mas todas as pessoas que seguem seus sonhos com suas bicicletas e seus alforges. Tenha certeza que com o seu depoimento o senhor conseguiu deixar um cicloturista emocionado. Parabéns pelo filho que o senhor tem e certamente irá seguir lhe dando muito orgulho. Abraço
Excluir