quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Diário de viagem 08/01- 11/01

Diário 08/01-11/01
Dia 08 continue em La Cruz na casa da Sandra, aí foi dia de comer um bom cordeiro assado, no final do dia fomos conhecer as ruínas da cidade, construçoes com mais de 300 anos, e a noite desabou água na cidade, muitos raios e trovões em toda região, com isso a cidade ficou de energia elétrica. Manhã seguinte foi hora de partir, várias fotos de recordação e as 8:45 peguei estrada, no caminho até a ruta 14 encontrei o Zacarias, se saudamos e segui para rodovia.
Como sai tarde de Lá cruz subestimei minha capacidade de pedalar, achei que chegaria às 13:30 em Paso de los libres, mas o sol castigou e tive que fazer várias paradas no caminho. Em determinado trecho siguia pedalando e cantarolando alguma música, eis que olho para o lado e vejo que um carro segue ao meu lado, no primeiro momento fiquei preocupado mas logo que o motorista começou a me perguntar da viagem já me acalmei, seguimos conversando por uns 500 m pela Ruta 14, enquanto isso seus filhos aproveitavam pra tirar várias fotos do viajante solitário.
Mais adiante parei para descansar, em seguida parou um carro com uma família de argentinos, começam a fazer um lanche a base de sanduíches com peito de frango, sei que era peito de frango por que comi junto com eles, gentilmente me convidaram pra comer também, estavam indo a Foz do Iguaçu e Cidade de Lest.
No trecho entre La Cruz e Paso de Los Libres não tem nem uma cidade próxima a rodovia, é agora eu sei disso.  São 11:45 olho para o termômetro do ciclocomputador e está marcando 47°C, bebo muita água pra me hidratar. faltando cerca de 20 km para Paso de los Libres o corpo já está sofrendo pela falta de água, as paradas para descansar são mais frequentes. Chegando na cidade parei em uma sombra, o corpo queria descanso mas teria que seguir se não dormiria ali mesmo na beira da rodovia. No trevo de acesso a cidade o corpo não aguentava mais, levantei a garrafa de água para um caminhão mas o motorista não podia parar ali em cima da ponte, mais um carro passou e esse parou, me deu 3 litros de água gelada, ainda com gelo derretendo. Não tinha força para pedalar até uma sombra, então escorei a bicicleta na mureta que divide a pista, ali sentado em poucos centímetros de sombra e no asfalto quente fiquei bebendo a água para me reidratar. Logo chegou um Ciclista ele viu que eu não estava bem e pediu se queria que chamasse socorro médico, neguei a ajuda e ficamos ali conversando, cerca de meia hora depois ele falou que agora acreditava que eu estava melhorando, que não tinha saído dali até agora por achar que eu passaria mal, no sentido contrário surgiu outro Ciclista, resolveram me escoltar até a cidade de Paso de Los Libres, mas os caras não me deram moleza, seguiam a 20km/h sem dó do cara que a poucos minutos estava jogando na rodovia. Um deles se não estou enganado de nome Sergio me acompanhou até a casa do Rodrigo, o chefe da Marinha que deixou eu tomar banho em La Cruz. Rodrigo já estava me esperando com cerveja gelada, mas recusei o primeiro convite para beber. Fomos no centro da cidade de Paso de los Libres e na volta sim bebi para recuperar sais minerais importantes hahah. Dia 11 acordei tomei café e fui sentido a Uruguaiana. Assim que cheguei na ponte que liga a Argentina ao Brasil os guardas me pararam e disseram que não poderia atravessar pedalando, teria que achar uma camionete que carregasse a minha bicicleta. Fiz a saída na imigração e paguei um táxi para levar a bicicleta, 100 pesos argentinos custou a corrida. De volta no Brasil comecei a montar a bicicleta em frente a feirinha, um local com pequenas vendas uma colada a outra. Logo se aproximou um senhor me chamando de doido, que eu deveria ter mais juízo e voltar pra casa, ri das palavras e não dei bola. Fiquei ali por um bom tempo esperando um sinal de melhora do tempo, já que estava com cara de muita chuva, aproveitei para enviar umas mensagens para os contatos do Warmshowers tentando uma hospedagem ali em Uruguaiana. Depois de um longo tempo ali conversando com esse senhor com o nome de Gentil, ele falou que eu poderia ficar em sua casa naquela noite. Durante o dia todo perdi a conta quantas vezes esse senhor me disse que eu estava ficando louco de sair por aí de bicicleta, todas as vezes levei na boa, até que a noite ja em sua casa a paciente se esgotou, e pedi que me respeitasse, e apesar de estar em sua casa eu poderia sair dali a qualquer hora, ainda mais se ele continuasse com os insultos, então ele parou. Jantamos, conversamos mais um pouco e fui dormir. Na manhã seguinte ele me falou o por que me chamou tanto assim de louco e doido, disse que na sua juventude também sonhava em conhecer o mundo, saiu de casa e foi a 60 km longe e voltou, não teve coragem de fazer oque queria, após me falar isso disse que admirava minha coragem. Me despeço e sigo rumo ao Uruguai.
Antes de sair do Brasil passei dar um trato nos cabelos, entrar menos feio no país vizinho.
No trecho entre Uruguaiana e Barra do Quaraí encontro vários rios, em um deles resolvi parar para comer alguma coisa, fiquei surpreso com a quantidade de peixes, Carpas, piaus e outros peixes com mais de 2kg, tento pescar um mas sem êxito. Uma lembrança não tão boa na saída do país foi na hora que parei em um ponto de ônibus para descansar, fui atacado por um enxame de abelhas,  cinco ferrões no braço esquerdo fizeram ele ficar amortecido o dia todo.
No lado brasileiro da ponte que liga o país com o Uruguai o aduaneiro começa conversa comigo sobre a viagem e ciclismo, um senhor com espírito de aventura, com algumas viagens de moto e sua viagem de bicicleta foi na praia do Cassino no litoral gaúcho, a praia do Cassino é a maior praia do mundo.
Logo após dei entrada no Uruguai, um país que logo me agradou pela receptividade no trânsito, muitos acenos pelo caminho.








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